fevereiro 09, 2006

DURKHEIM ENTRE UM POETA E UM CIENTISTA

Gostaria antes de tudo de falar primeiramente não de Durkheim (1820-1903), mas da vida. No entanto, compreendo que assim estou tratando dela mesmo assim.
Ao fazer este pequeno discurso ideológico me reporto, mas intimamente, ao poeta Ferreira Gullar, que conseqüentemente me remete a Heidegger (1889-1976) quando diz:

“o ser se desvela na linguagem, mas não na linguagem científica propriamente dita, e sim na linguagem autentica da poesia.”

Penso que o cientificismo de Durkheim, que buscava solucionar os problemas sociais de sua época, se contraporá a mim enquanto estiver escrevendo.

Ao ver e ouvir o debate entre um poeta e um cientista, quis naquele instante me submeter ao racionalismo científico de Rogério Cezar, quando se trata de revelar o que de fato acontece com o mundo que nos cerca. Relato minha impaciência em descobrir se tudo que conheço, tenha vindo realmente de um imenso Big-Bang.

No entanto, ao mesmo tempo me submeti ao lugar de Gullar quando afirmou que o cheiro de uma flor, algo que o remeteu de certo a lembranças íntimas, era mais que sensações causadas por hormônios.
Contudo, não sei se a normalidade social de que falou Durkheim se enquadra aqui, mas gostaria de manter, assim como ele — considerando os devidos assuntos de que trata cada um — um certo controle e o poder de mim mesmo.


A função de pensamento Durkheimiano era também nos dizer que comportamo-nos segundo as regras previamente estabelecidas, assim entendi que tais regras são inerentes à vida biológica e, não tendo o indivíduo como substrato, têm como base a sociedade.

Logo, as coisas que vivenciaríamos simplesmente não aconteceria pelo fato de estarmos biologicamente preparados para isso, segundo entendi afirmar Rogério Cezar. Ousaria neste instante intrometer Goethe a argumentar comigo, para me certificar neste momento que a metodologia científica, seja ela de que ou de quem, acaba com a poesia da vida de que tanto defendeu Gullar.

“ Pensar é mais interessante que saber, mas é menos interessante que olhar.”(Goethe).

Não sei se a influência positivista de Durkheim me afeta, mas este debate me fez crer, que nem tudo é como simplesmente é: a água uma molécula ou as cores um processo físico da natureza. Desejo entender que esse tudo é algo ainda não explicado, pois a alma de tudo ainda não tem explicação.


Trabalho de sociologia que apresentei depois do encontro que deu título a esse texto. O detalhe é que a professora desta disciplina: sociologia, ao seu modo de ver, dicidiu não atribuir nota alguma " não é digno de nota" disse. E mais adiante: "limite-se em apenas fazer o que lhe foi pedido". Num ataque ao meu texto por ter sido filosófico-existencialista demais. O que eu posso dizer? universidade pública, professores limitados, alunos limitados.

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