março 09, 2006

PROFESSOR UNIVERSITARIO PEDE TRABALHO ESCRITO À MÃO

Na última segunda - feira de fevereiro um professor universitário pediu a dois grupos de alunos que refizessem seus trabalhos e que estes sejam entregues feitos a mão.
A justificativa do professor, o qual ministra a disciplina de filosofia na Universidade Federal de Alagoas, para os alunos de comunicação social, foi que estes dois grupos de alunos estavam com trabalhos idênticos.
-- Parece que copiaram do mesmo site, justificou o docente.

O trabalho que valeria a nota do semestre constava de um trabalho escrito e de uma apresentação em sala sobre o tema abordado, no caso, sobre o filosofo Maquiavel.
Ao que tudo indica, os alunos seguiram a risca o que leram no site sobre o referido filósofo. Maquiavel foi conhecido por ensinar, em sua obra mais famosa, como manipular as situações e pessoas em favor próprio. Foi o que fizeram ao encontrar um vasto acervo de textos na rede mundial de computadores.

Os alunos, porém, justificaram seus atos.
-- Eu perguntei se o trabalho poderia ser feito pela internet e ele respondeu que sim. Desabafou uma das alunas.

Um outro aluno que também participou do trabalho dá sua versão:
-- Esse professor passa um trabalho, diz que quer uma apresentação e junto um trabalho escrito, nós fizemos isso, pois até para se copiar um texto pela internet tem de se lê-lo, conectá-lo, editá-lo. No máximo o que fizemos foi ter errado na escolha do site. Ironiza o aluno.

Segundo relato de outros que não estavam envolvidos no caso, o professor da disciplina havia colocado alguns nomes de filósofos no quadro-negro, e a falta de experiência didática desse professor fez com que vários alunos escolhessem o mesmo autor, entre eles os dos dois grupos citados anteriormente.

Há nisso tudo, um amplo despreparo do corpo docente do sistema de educação universitária brasileiro. Professores substitutos são postos em lugares que nunca deveriam estar, pois proporcionam aos alunos horas de “palavriados” sem que cause o menor interesse por parte dos alunos.

Por outro lado, temos uma procrastinação dos alunos por colocar sempre os docentes como causas imediatas do que não conseguem aprender e são nesses casos, de trabalhos feitos pela internet, que se evidencia isso. Alunos procuram a maneira mais fácil e cômoda de pesquisa didática, pois não encontram na biblioteca universitária nenhuma ou uma deficiente fonte de pesquisa.
Entre pesquisar em um livro rabiscado, rasgado e cujo algumas palavras ainda vêem escritas com ph ( pharmácia, photografia) e outras ainda com tio (criãnça), penso que os alunos escolherão as siglas mais conhecidas no mundo as WWWs, onde no lugar da caneta tem-se o CTRL + V – CTRL + C e para as horas de necessidade gramaticais, sem dúvida o velho Word serve tanto quanto o Aurélio.



Sou aluno de comunicação social (Jornalismo) dessa universidade. Defendo um aprendizado sério e construtivo de ambos os lados. Mas infelizmente estamos falando do ensino público brasileiro.

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