fevereiro 16, 2011

PROFESSORES MEDÍOCRES, PROFISSIONAIS MEDÍOCRES

Qual a caracteística que difencia o ensino superior público do ensino superior privado? Eu diria uma só palavra: ATITUDE.



Lembro-me claramente que logo no primeiro semestre, e naquela época o calendário ainda era anual, já sabíamos fazer uma resenha, já sabíamos o básico da metodologia científica e nos preocupávamos mais na apresentação de qualquer trabalho aos professores. É claro, que toda regra tem exceção, mas falo por mim.


Sabíamos, por exemplo, que se chagassemos na sala de aula com algum trabalho ou exercício escrito à mao, numa folha cheia de adornos floridos ou brasões futebolísticos, teríamos no mínimo perdido tempo entregando. E sabe por que no primeiro semestre sabíamos que resenha é um gênero textual? Por que os professores exigiam de nós que soubessemos, que nos virássemos. E nossa primeria frase de efeito foi: " vcs estão agora numa Universidade/faculdade, tomem consciência de tal".


A deficiência do mau ensino no setor público, advem da não exigência, nem de si, nem dos outros. Exigir requer esforço e para que se esforçar com uma leva de estudantes recém chegados e que possivelmente nem acabará o semestre? Mas uma vez, toda regra há exceção, mas me perdoem, mediocridade não é um mal necessário ao ser humano, que dirá para "futuros profissionais" reposnsáveis, um dia, por vidas (Médicos), moradias (Arquitetos) e seu dinheiro (Contadores).


Aceitamos ações medíocres por que é mais fácil ser medíocre. "Vamos aceitar um texto em folha florida. Eles estão só começando, não podemos exigir muito." e depois : "...esqueci um bisturi dentro de alguém, uma vez...", "...vou usar material mais barato nessa construção." e por fim "...vc me dá uma quantia e eu só declaro os bens com menos valor...".


Sinto falta de professores que me exigem, indepedente da quantidade de semestres. Sinto falta de professores com coragem para dizer que fiz alguma coisa ótima, ao invés de, sempre se alimentar em me dizer que fiz alguma coisa ruim.


Eu não quero o ensino público dentro do privado, essa questão é utópica no Brasil. Para mim, basta que os professores não sejam: sem relevo; comum, ordinário, mediano, meão (medíocres).



ESTUDAR HISTÓRIA DA ARTE É COMO ESTUDAR ENOLOGIA


Estudar História da arte é como estudar enologia, aprende-se desde o plantio até o engarrafamento. Os períodos da história da arte relativos à arquitetura, podem ser interpretados da mesma forma: são "pedaços" de uvas plantadas lá atrás, quando nem se sabia da importância do gosto do vinho e hoje engarrafadas em pedaços historificados por grandes estudiosos que tiveram o trabalho de documentar tudo isso.


Hoje há poucos enólogos de qualquer história, seja da arte, seja da arquitetura. Refiro-me aos que gostam do gosto dessa uva. Confesso que, me deparei com poucos ao longo dessa minha pouco vida acadêmica, contudo, foram poucos e bons. Os bons enólogos são profissionais com características definidas, dentro do perfil ocupacional da "indústria', entenda-se aqui a do ensino; e para as tarefas de coordenação, supervisão e execução, sendo responsável pela produção e por todos os aspectos relacionados com o produto final desejado.


Surpreende-me perceber que muitos não possuem essa caracteristica definida, envazando uvas ocas e muitas vezes podres e se contentando com isso e não é preciso ir muito longe, em nenhuma plantação distante do sul, não...basta esperar determinado dia da semana no calendário letivo. Hoje, eu parabenizei um enólogo, disse-lhe que irei beber da usa fonte, quantas vezes fosse preciso, num ritual mutualistico didático que espero preencher nossos dias na semana. Eu parabenizei por que nem sempre se encontra uma boa terra para que se plante conhecimento e conhecedor, contudo, como em toda boa extensão de terra destinada a este tipo de cultivo, no fim do dia, sempre sobram algumas uvas podres, que mais tarde - como é de se esperar - azedarão muitos vinhos.