abril 02, 2006

A HORA DA ESTRELA

Eu sempre achei que seria bom para mim nunca parar de sonhar. quando era criança eu sonhava até demais. Já sonhei em ser veterinário, já sonhei que eu nao seria veterinário, mas as vezes eu estrapolava os sonhos e contava tudo o que havia se passado em meu sono a um travesseiro. O meu travesseiro, que até hoje está comigo. Costurado pela minha bisavó, numa época em que nem travesseiros se podia comprar.


Sinto falta de conversar com ele, quando lembro disso parace que tenho a certeza de que já não mais há tempo pra sonhar. Lembro também da minha bisavó e me pergunto: O que será que ela pensou, o que sonhou quando vez esse travesseiro: verde escuro, cheio de retalhos e com uma estrela costurada em um dos lados.


Será que essa a nossa herança? Lembrar que sempre se deve sonhar? Ou será que um dia minha estrela brilhará e eu realizarei meu sonho? Tomara que eu não seja nehuma Macabea, nem que a minha estrela tenha hora. Macabea, que de tanto sonhar esqueceu de viver, por que viver era dor então preferiu sonhar.


Sonhar tambem não é dor? Sonhar é futuro, você nunca sabe se vai acontecer. Eu sonho sim, até sonho que sonho, só não quero um dia saber que sonhei, por que esse verbo no passado já traz por si só uma angústia tardia demais.

Alguns sonhos nunca se realizam, outros um dia morre e quando isso acontece é impossível não se questionar por que um dia chegou a sonhar.

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