março 16, 2006

À MINHA AMADA TERESA


Era noite, chovia muito. entrei em casa e logo depois disso notei a sala vazia. Era um silêncio ensurdecedor. Pus o casaco, ainda molhado, em cima do sofá, fechei o guada-chuva e o pus encostado à porta.

Adentrei a sala, olhei...de um canto a outro e nao a achei.
Na cozinha, não havia nada sobre a mesa. Olhei o armario; e em seguida a pia...e nao me espantei com a pilha de louça ainda por lavar. Também não a encontrei.

Procurei nos fndos da casa, mas só havia o escuro e os caes. Percorri o quarto de casal - no escuro mesmo - e nada dela. Preocupei-me por um segundo.

Fui até meu quarto - único cômodo a procurar - e a avistei logo da porta, que estava entre - aberta.

Estava proxima a janela, parecia apreciar a lua que não via no céu nublado. no entanto, deletei-me em ver a pouca luz desse luar cobrir Theresa por completo. Iluminando-a.

Notei que também ela me havia visto, porém, nada pronunciou. Entendi.
Aproximei-me e com os labios cerrados, a acariciei. Ela, no entanto, estava fria. Não se mexeu.

Sentei-me numa cadeira junto a ela, tirei seu manto e continuei a tocá-la. Percorri meus dedos por todos os seus; e por fim encontrei uma pequena farpa. Tirei-a. Tornou-se a brilhar.

Todas as noites quando chego, vou ver Theresa junto à janela. Sei que ela me espera. Só tenho Theresa e ela a mim.

Todas as noites volto a tocar Theresa. Toco-a de A à Z.
Theresa fala através de mim e quão sincera ela é. Está velha, descascando. Theresa sofre se não a toco - Não sofra Theresa.

No início ela não me sorria, agora nós dois sorrimos...sempre...sempre que a toco. Por isso, todas as noites volto a tocar Theresa junto à janela. E ela a mim.
Obrigado Theresa...Minha máquina de escrever.

Nenhum comentário: