outubro 14, 2010

HOJE EU ACORDEI RACIONAL

Hoje eu acordei assim, dizendo que não queria filosofar. Acordei, assim, meio racional.
Mas hoje eu acordei mesmo querendo ser um cisne, esse bicho, meio assim, quase formal.
Houve dias em que acordei meio Bokowski, Nietsche e Drummond, tentando questionar. O quê? Você pergunta. A vida? Não sei, eu só queria tentar.
Eu já quis ir à Índia, ser velho, ser pai. Eu já tentei até parar de pensar no que eu queria. Não deu. Sou jovem, meu lance mesmo é ser rebelde e fazer o contrário dos demais: pensar, pensar demais.
Eu já disse o que as pessoas me dizem, disse assim, por inteiro, disse sem dó, disse sendo verdadeiro. Disse até “ó Deus eu queria meu roteiro”. Mas hoje eu queria ser mesmo era um cisne, com pena e tudo. Um Anserinae, como diz a biologia, de maneira tão formal.
Eu tentei até escrever – não ser um poeta, como você vê, essas são rimas pobres afinal. Eu gosto de escrever por que parece uma terapia, no geral. Meio patético, confesso, um jovem ser assim, tão Byronial.
Mas, não consigo esquecer-me de ser cisne, por que isso afinal? Já sei, a sua história hoje eu li, taí o por que do referencial.
Eu acordei querendo ser cisne por que eles passam a vida assim: sendo um único casal. Às vezes me cansa, não ser cisne, pois, já tive um par que pensei ser o ideal. Uma coisa me aborrece também é essa coisa de faltar alguém real. A vida hoje é meio confusa. Sou mais sociável na minha vida virtual. Ah, século XXI, afinal.
Eu quero mesmo é ser cisne por que para eles é fácil amar uma vez só, um companheiro só. Mas aqui onde eu vivo, não tem lago, não tem cisne, é quase que mortal.
Tá bom, já chega! De mostrar que acordou racional, que por essas letras parece mais uma flor de tão emocional. Queira mesmo ser cisne, pois, nesse reino aqui é muito diferente do seu devaneio jovial.  Aqui, meu caro, tem que se viver assim: com cada par que surgir como se fosse o ideal. Então, para de sonhar - filosofar até pode – só não pode é viver assim, escrevendo essas rimas, veja só quanta latrina. Portanto, meu caro poeta magistral, por favor, né, cai na real.

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