outubro 08, 2010

EU SEM MEUS BOTÕES

Estava eu aqui pensando com meus botões, quer dizer, com meus botões não por que agora só uso camisas apertadas tamanho PP compradas em lojas “especializadas”. Penso sobre isso de vez em quando, quando visto uma Pólo (também apertada). Como eu fui perdendo a essência de mim mesmo, se é que já havia achado alguma vez, o fato é: como deixei de ser “pensar” para me tornar “parecer”?

Deixe-me explicar, esse assunto está mais q batido em meus textos, contudo, recentemente redescobri o prazer de escrever, não como um exercício de auto-ego-inflado, ou também, não sei ao certo. A dúvidas permeiam minha mente agora, ainda mais tendo esse contato tão mais sensível e tático com o budismo. A incerteza é a maior das sabedorias, diz essa filosofia.

Um dia fui um garotinho muito, muito gordo. Não badalava, não me exercitava – fato mais q evidente num gordinho – não me socializava e só vivia em frente ao computador, um dia até casei por intermédio dele, mas isso é uma outra história. Era um nerdinho, para não dizer merdinha, peço desculpas a mim mesmo pelo insulto – é, agora eu me perdoou, me desculpo, me amo – no sentido saudável da palavra – e acima de tudo me respeito. Sidartha me ensina isso.

Hoje, eu luto para que as pessoas me levem a sério, saibam que eu penso e até tenho opinião - esta deriva da anterior - sabemos. Hoje eu me apresento assim: “Muito prazer, Marinho, estudei Jornalismo numa faculdade Federal, bebi de muitos filósofos, poetas e escritores...” citaria alguns em especial, mas não quero fazer isso agora. E observo a cara que as pessoas fazem ao me olharem dos pés a cabeça e suponho que perguntem para si mesmas: “ Será que cabe cérebro nessa camisa tão apertada?”. Um dia eu já me apresentei assim, em contra partida: Prazer, Marinho – minha educação não mudou, enquanto isso – sou modelo fotográfico/propaganda(isso é atestar que se é um imbecil, segundo as pessoas supõem).

Redescobri o prazer de escrever, pois redescobri também o prazer de ler...a mim, os outros, os grandes, os idiotas – falo dos que postam coisas no Facebook(nova febre mundial) do tipo: “ hoje comprei um note (notebook) que veio com Blu Ray (tecnologia do momento)”. De certo tratam-se de pessoas que estão fugindo delas mesmas, mas não vou me ater a isso agora, não agora, talvez depois eu fale das nossas fugas; e também eu não fujo por essas quase pretenciosas letras? Enfim, fugir é do ser humano, pois é mais fácil que enfrentar.

Logo, a questão é: estou eu agora enfrentando um lado meu escondido pelo gordinho quase autista ou enfrentando uma nova realidade a qual eu sempre quis evitar; a de me tornar mais um nessa grande metrópole na qual vim parar?

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