maio 04, 2006

VOCÊ FOI UMA VÍTIMA?


“A ESCOLA PODE SER UMA TORTURA PARA CRIANÇAS QUE SÃO VÍTIMAS DE BULLYING – A INTIMIDAÇAO FÍSICA E PSICOLOGICA FEITA POR ALUNOS BRIGUENTOS. O FENÔMENO, QUE TAMBÉM ENVOLVE A DISSEMINAÇÃO DE APELIDOS, BOATOS E FOFOCAS, É MAIS COMUM QUE SE SUPÕE”.


Assim começa o artigo de autoria de Mechthild Schäfer, livre-docente em psicologia educacional da Universidade Ludwing Maximilian de Munique, Alemanha - publicado na Revista viver mente & cérebro.

Com ilustrações de Rubens Lima, exemplificando cenas do cotidiano de crianças coagidas, o artigo aborda o complexo relacionamento dos jovens em idade escolar.

“ O tiroteio na escola Secundária, no Colorado, foi uma tentativa trágica de revide de dois meninos que vinham sendo intimidados por dois atletas populares da escola”. Exemplifica o artigo.

A autora aponta ainda que crianças que são vítimas desse tipo de intimidação normalmente enfrentam o assédio sozinhas. Outros meninos e meninas ficam do lado dos perpetradores, temendo que possam ser os próximos da fila, ou fingem que nada aconteceu e permanecem quietos.

Pesquisadores da Universidade de Munique, juntamente com Schäfer, realizaram pesquisas a fim de traçar o perfil dos agressores e descobriram que normalmente são crianças dominadoras, que aprenderam cedo que poderiam ser líderes de um grupo sendo agressivos. Descobriram ainda que as crianças mais propensas ao bullying haviam sido mais expostas a punições físicas pelos pais, tinham visto mais violência pela TV e tiveram menos modelos de referência do papel adulto.

O texto complementa o assunto indo mais além, aponta que tais fatos ocorridos quando em fase escolar podem gerar futuros traumas na vida adulta.

“ A mágoa de terem sido excluídos e ameaçados continuava afetando-os na vida adulta. Ex-vítimas de abuso coletivo em geral têm problemas para desenvolver relações de confiança e sentem insegurança quando interagem com outros adultos”.


O artigo é concluído relatando que o assunto deve ser mais abordado pela sociedade e em especial pelos pais, mas de maneira sutil e delicado se levados diretamente ao filho agredido. Uma medida eficaz seria apontar alunos mediadores, que possam ajudar a resolver conflitos em sala de aula, atitudes como esta dificultaria a coesão de alunos mais fracos, evitando que os mesmos se isolassem e se afugentassem ou repuguinassem o convívio escolar. Aponta a autora.

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