maio 14, 2006

"IGUAL A MIM"

Vira e mexe, alguém pergunta e se pergunta como é que pode o PT e o governo terem sido toa profundamente atingidos por “ mensalão” , cueca, Land Rover, Telemar e, apesar de tudo isso, Lula estar firme feito uma rocah com seus 40% de intenções de voto para a reeleição.


Um fenômeno. Mas olhar em volta pode trazer a resposta que se procura dentro do Brasil, Hugo Chávez enfrentou e enfrenta banqueiros, empresários, imprensa, igreja universidades e ba parte da classe media da Venezuela, mas já ganhou três eleições.


Evo Morales é o primeiro presidente de origem indígena eleito empossado na Bolívia. Ollanda Humala, também de origem indígena, chegou em primeiro lugar na eleição presidencial do Peru e é favorito para o segundo turno.


O que eles têm em comum e de especial? A identidade com a maioria dos seus povos, reforçadas pelo carisma pessoal e pelo discurso nacionalista, populista, antiimperialista. É assim que, num estalar de dedos, Hugo Chávez leva milhares, milhões até, às ruas de Caracas e de todo o país a seu favor.


É assim que as denuncias, por mais consistentes, não colam em Lula e ele lidera as pesquisas. Lula não é indígena nem radicalista no discurso, mas tem a cara da maioria dos brasileiros.


Se há um traço comum na América Latina é a desiguadade social, com brancos, escolarizados e globalizados de um lado e mestiços, ignorantes, pobres e excluídos, de outro. Eram aqueles que faziam presidentes. São estes que começam a fazer.
Faça chuva, faça sol, pergunte-se a porteiros, peões e domésticas urbanos ou a lavadores e esfomeados rurais em quem votam no Brasil. A resposta costuma ser: “Em Lula”. No nordesta, ele está uns 40 pontos na frente do paulista Alckmin. O lema colou: “Todos roubam, mas um é diferente”.


Por Eliane Cantanhêde, Folha on - line.

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