maio 02, 2011

PIANO NO METRÔ

Todo mundo sabe que São Paulo é o lugar para transformar as pessoas em mais fortes, objetivas e para quem quer perder qualquer noção de altruísmo que se tenha conquistado ou trazido durante a vida. Contudo, logicamente, há suas excessões. Já conheci muitos exemplares sobre o que estou falando. São Paulo é uma terra sem identidade própria - todo mundo veio de algum lugar(senão das 4 zonas reginais) ou está de passagem por aqui - Já conheci quem usa a ironia não inteligente - mesmo achando que sim - para subjugar pessoas ditas "inferiores". Já conheci as que pensam que tem problemas, mas que comparados aos de outra, não deveriam ter o direito nem de reclamar.

Eu diria que este é o mal de todo "paulistano"ou ainda o mal deste século - A VITIMIZAÇÃO, o que particularmente me irrita bastante - diria que este substantivo pode ser usado para definir bem essa espécie - O PAULISTANO.

Há vários tipos dessa espécie: Há os que viveram bastante tempo e gostam de sair e usar o metrô nos horários mais impróprios - SÃO OS IDOSOS (espécie cada vez mais crescente nos países emergentes, dizem até que é uma praga, pois está se espalhando ou aumentando no mundo inteiro). Há os que viveram muito pouco tempo, mas acham que já sabem tudo - SÃO TWITTERES (espécie trazida pela cultura norte-americana. São todos iguais, usam"penugem" esquisita, chamam atenção e suas patas vem sempre com uma pintura diferente, em geral com o logotipo NIKE) e há os intermediários - SÃO CHAMADOS DE OS USUÁRIOS DE METRÔ ( esses andam sempre em bando, ou melhor, entram sempre em bando. Não há como separá-los por penugem ou idade, são muito diversos.


 Mas, uma coisa é bastante utilizada pela grande maioria - chama-se fones de ouvido - é um tipo de encaixe mágico que se direciona para o centro do lobo frontal humano, através de orifícios laterais e é capaz de levar cada um desse bando é um lugar diferente, com ele todos têm seu mundo e as reações exteriores a isso, são as mais diversas: uns ficam meio zumbis (olham para o nada), outros dormem (os sonâmbulos), alguns balançam as mãos como se estivessem tocando algum instrumento (são fáceis de indentificar, usualmente exibem uma forma de cocar - mas não são índios - crespa e mal cuidada e que vem até a altura do ombro) e tem os papagaios (esses se seguram em barras de ferro e ficam num infinito vai-vem, propiciado pelas leis da física e da gravidade, geralmente trocando a posição do braço).


Mas, passar pelo metrô, seja para que destino for; e ouvir BACH ou uma simples reprodução instrumental vindo de deste peça é algo bem a cara de São Paulo, que se vc tem que sobreviver, nesta selva de "selvagens", ao mesmo que seja ao som de um bom piano. (Marinho WL).



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